13 Dec 2009

Falar Verdade por Gonçalo Amaral



Há dois anos, em época natalícia, uma empresa de detectives privados, contratada pelos pais da criança misteriosamente desaparecida no Algarve, anunciava ao Mundo que o fim do drama estava próximo. A criança estaria prestes a ser encontrada e seguramente passaria o Natal com a família.

A esperança aumentou, mas os anseios e expectativas de todos aqueles que desejavam um desfecho feliz daquele drama foi defraudado.

Hoje discute-se a oposição a uma providência cautelar que nos retirou a plenitude da liberdade de expressão, fundamentada em vários atropelos da verdade. Dizem os requerentes de tal providência que um livro escrito por mim foi o culpado pelo insucesso das buscas pela criança desaparecida.

Falar verdade seria questionar o trabalho das diversas empresas de detectives privados, contratados desde os primeiros dias da investigação e que, no mínimo, se pode considerar desastroso.

Falar verdade seria dizer que à data da publicação de tal livro, em Julho de 2008, já as tais empresas de detectives trabalhavam no caso há largos meses.

Falar verdade seria dizer que no Natal de 2007, o signatário desta coluna, era um polícia no activo, enxovalhado e difamado pelo staff de apoio dos pais da criança desaparecida.

Falar verdade é esclarecer que para readquirir a plenitude da minha liberdade de expressão tive de me aposentar da Polícia Judiciária, porque só assim me poderia defender.

3 comments:

  1. Eu já disse: sento-me ao seu lado!

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  2. Anonymous2:27 pm

    Os Pais, os avós Portugueses e Britânicos, estão com Gonçalo Amaral que pôs a Memória de Maddie à frente da Paz da sua própria Familia!

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  3. Anonymous8:42 pm

    Li o seu livro "mordaça inglesa" e cada vez acredito mais em si. Cada vez me espanto mais, ainda me espanto, com a forma como os grandes amordaçam os pequenos desde que toquem nos seus interesses. Mas o que é triste é que os nossos politicos alinham nisto, pactuam com certa gente desde que lhes convenha.
    Admiro cada vez mais a sua coragem, a sua garra por aquilo em que acredita. Força doutor,não para culpar os ingleses, mas pela sua dignidade que lhe querem tirar, e para se descobrir a verdade. Que me desculpe o casal inglês, mas acreditei neles pouco tempo, só no inicio pq estava em causa uma criança, e continuo a pensar nela com muita tristeza...acredito que era a sua grande vontade encontrá-la viva e de boa saúde,foi concerteza com esse desejo que se dedicou ao trabalho, mas penso q já ninguem acredita nessa hipótese, então que se ponha a verdade onde ela anda camuflada, que se restitua a sua dignidade que acredito que merece.

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